Em mais uma terça-feira, eu acordo
cedo, abro as janelas e dou bom dia, cheio de energia e com a vontade de ter um
dia produtivo, cansei de não fazer nada. Estou a um passo de ter uma crise
existencial, então decido fazer alguma coisa a respeito, sair, fazer uma
caminhada, ir jogar a bola, ir ao ginásio ou assim, qualquer coisa menos estar
em casa, férias não são férias para pessoas como eu.
O que quero dizer é que, férias para
muitos é sinónimo de descanso, viagens, alegria e assim vai, mas para mim
férias têm um sinónimo diferente, férias quer dizer trabalho, tempo de ganhar
algum dinheiro e desafogar os meus pais, que vivem em uma contexto totalmente
diferente do meu, e com certeza faz falta o dinheiro que a mim é enviado, que
para eles é muito, mas por conta do câmbio para mim torna-se pouco, e assim se
vai vivendo.
Então estava eu reta final de mais
semestre, fazendo ligações e trocando mensagens, em busca de trabalho para as
férias, e a medida que o tempo vai passando, com ele vai aumentando a
preocupação, não podia e nem queria pensar passar um mês inteiro sem trabalhar,
mas como nem tudo o que nós queremos acontece, antes fosse, aqui estou eu em um
vagão de comboio escrevendo uma crónica de toda esta situação.
Voltando aquela terça-feira, o que
acabei por fazer naquele dia foi…nada, absolutamente nada do que queria,
desculpas a ti leitor que pensou que iria acontecer um dia maravilhoso ou uma
grande virada de chave, tudo o que menos queria aconteceu, me tornei
extremamente, improdutivo, a personificação da preguiça. E quanto a crise
existencial, não acabei por ter uma, mas sim várias. Nunca pensei em sentir tantas saudades da
escola, afinal de que serve um homem sem propósito?