segunda-feira, 29 de abril de 2024

Adeus escola, vou de férias!

 

Em mais uma terça-feira, eu acordo cedo, abro as janelas e dou bom dia, cheio de energia e com a vontade de ter um dia produtivo, cansei de não fazer nada. Estou a um passo de ter uma crise existencial, então decido fazer alguma coisa a respeito, sair, fazer uma caminhada, ir jogar a bola, ir ao ginásio ou assim, qualquer coisa menos estar em casa, férias não são férias para pessoas como eu.

O que quero dizer é que, férias para muitos é sinónimo de descanso, viagens, alegria e assim vai, mas para mim férias têm um sinónimo diferente, férias quer dizer trabalho, tempo de ganhar algum dinheiro e desafogar os meus pais, que vivem em uma contexto totalmente diferente do meu, e com certeza faz falta o dinheiro que a mim é enviado, que para eles é muito, mas por conta do câmbio para mim torna-se pouco, e assim se vai vivendo.

Então estava eu reta final de mais semestre, fazendo ligações e trocando mensagens, em busca de trabalho para as férias, e a medida que o tempo vai passando, com ele vai aumentando a preocupação, não podia e nem queria pensar passar um mês inteiro sem trabalhar, mas como nem tudo o que nós queremos acontece, antes fosse, aqui estou eu em um vagão de comboio escrevendo uma crónica de toda esta situação.

Voltando aquela terça-feira, o que acabei por fazer naquele dia foi…nada, absolutamente nada do que queria, desculpas a ti leitor que pensou que iria acontecer um dia maravilhoso ou uma grande virada de chave, tudo o que menos queria aconteceu, me tornei extremamente, improdutivo, a personificação da preguiça. E quanto a crise existencial, não acabei por ter uma, mas sim várias.  Nunca pensei em sentir tantas saudades da escola, afinal de que serve um homem sem propósito?

sábado, 20 de abril de 2024

Liberdade

 Faz este ano 50 anos que Portugal conquistou a liberdade, algo muito merecido. Mas o mesmo país que por ela lutou, dela se esqueceu. 

Os jovens de hoje mostram-se esquecidos ou talvez propositadamente distraídos do significado da palavra liberdade. Também os mais velhos parecem não se lembrar de quando não a tinham. A liberdade. Sim, convém escrevê-la algumas vezes, para que fique bem clara na mente de quem lê. 

Mas o que significa a liberdade? Para Portugal, significa poder falar, escrever e até pensar sem medo. Para as mulheres, em especifico, significa poder andar andar na rua de noite sem qualquer medo, poder decidir o que vestir, em que partido votar, ter dinheiro próprio na carteira, poder ser advogada e até mesmo viajar sem qualquer assinatura de um homem. E por falar neles, a liberdade para os homens significa poder exprimir os seus sentimentos e até chorar sem terem de se reprimir. 

A liberdade é a palavra menos literal que conheço no dicionário português. Se para uns significa correr para bem longe, para outros significa ficar e dar o abraço mais apertado. No entanto, apenas à pouco tempo descobri isto, ao mesmo tempo em que descobri que, para quem sempre teve, quando esta vem sem supervisão, assusta. Porque estamos por nossa conta, porque qualquer decisão que tomemos será sem uma segunda opinião, porque essa decisão pode ou não influenciar o nosso futuro. Mas isso significa também liberdade! Liberdade para crescer e para sentir que no fim, fomos capazes.

Porque no fim, vamos olhar para traz e dizer que não deixámos o nosso país voltar a um regime não-democrático, vamos olhar para trás  e relembrar todas as viagens que fizemos e todas as decisões que tomámos sozinhos e sentir nos orgulhosos das nossas conquistas, aquelas que foram possiveis apenas porque tivemos a liberdade de escolher que caminho seguir. 

E para concluir, posso apenas agradecer aqueles que lutaram pela liberdade. Porque, 50 anos depois quantos netos de soldados se esqueceram que os seu avós lutaram para podermos exprimir-nos sem medo. Quantas mulheres se dizem anti-feministas mas adoram vestir uma mini-saia ou decidir trabalhar por conta própria. Com isto escrito, percebe-se que não existe outra forma de acabar esta crónica, senão a agradecer porque lutou por mim, em meu nome e daqueles que não apreciam o sofrimento e medo daqueles que conseguiram o que hoje nos é tão banal e garantido,

terça-feira, 16 de abril de 2024

Liberdade ou sensação de liberdade?

 

Todos temos a sensação de poder fazer nossas próprias escolhas, de moldar nosso destino de acordo com nossos desejos e valores. Mas quanto dessa liberdade é verdadeira, e até que ponto estamos realmente no controle de nossas vidas?

Fazer esta reflexão sobre a liberdade, me leva a questionar a existência do livre-arbítrio. Será que realmente temos o poder de tomar decisões independentes, ou somos apenas fantoches nas mãos do destino ou do chamado "sistema". Ou seja, das circunstâncias e das forças além de nosso controle?

Temos a ilusão de que somos os mestres de nosso próprio destino, que cada escolha que fazemos é resultado de nossa livre vontade. Acreditamos e precisamos acreditar que somos livres para seguir nossos sonhos, perseguir nossas paixões e desafiar as expectativas impostas sobre nós.

No entanto, se olharmos mais de perto, percebemos as muitas maneiras pelas quais somos influenciados e limitados em nossas escolhas. Nossas decisões são moldadas por uma infinidade de fatores, desde nossa educação, ambiente cultural e condição socioeconômica entre diversos outros fatores trazido na contemporaneidade pelas novas tecnologias.

Por exemplo, podemos pensar que estamos escolhendo uma determinada carreira por nossa própria vontade, quando na verdade somos influenciados pelas expectativas dos outros, pela pressão social ou pela necessidade de segurança financeira.

E quanto às decisões morais? Será que realmente escolhemos entre o certo e o errado, ou nossas ações são determinadas por um conjunto de elementos ou fatores, como você se tornou o tipo de pessoa que tende a ter esse tipo de intenção ou a tomar certo tipo de decisão? Como isso aconteceu? Vos convido caros leitores a fazer esta reflexão.

A distância que nos uniu

 

Nos meus primeiros anos, eu pensava que a amizade era medida pelo número de laços estreitos que você tinha. Era como se houvesse uma competição silenciosa entre crianças para ver quem poderia acumular mais "melhores amigos". Era quase como um distintivo de honra, uma prova de popularidade e aceitação.

Mas, à medida que cresci, percebi que a verdadeira essência da amizade não reside na quantidade, mas na qualidade. Não é sobre o número de amigos que você tem, mas sobre a profundidade e a sinceridade dos vínculos que compartilha com aqueles ao seu redor. E uma destas amizades sinceras perdura até hoje.

Lembro-me claramente de quando nos conhecemos, naquela época de brincadeiras ingênuas e descobertas sem fim. Éramos inseparáveis, compartilhando segredos, sonhos e aventuras que pareciam infinitas. Mas como a vida muitas vezes faz, fomos separados pelos caminhos que escolhemos trilhar.

No entanto, apesar da distância física que nos separa, nossa amizade resistiu ao teste do tempo. O milagre que é a tecnologia nos aproximou, permitindo que mantivéssemos contato através de mensagens, chamadas de vídeo. E, surpreendentemente pra mim, nossa conexão apenas cresceu mais forte com o passar dos anos.

E essa amizade de infância, que perdura apesar da distância, é um lembrete constante de que a verdadeira amizade é eterna, não importa para onde a vida nos leve. Saudades tuas amigo.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Conceito de Escola

     Crianças bem pequenininhas a entrar por um portão de grades verdes, com uma mochila que quase os faz desaparecer nas costas a passar o cartão na portaria. Os pais com lágrimas nos olhos e as mães com esperança de que os seus meninos, já crescidos não sintam a sua falta, quando na verdade, o que acontece é justamente o contrário. Os filhos entram por aquele portão com receio do novo, mas com uma pontada de excitação para conhecer novas “mini-pessoinhas” do seu tamanho, enquanto os pais estão secretamente orgulhosos e as mães apavoradas pelos filhos.

    É quase impossível que, ao pensar em escola, não seja esta a imagem que nos vem em mente.

    Eu fui uma dessas crianças, com a mochila maior que ela e cresci. Hoje a minha escola é outra. Outro nível, outras disciplinas, uma preparação para um diferente futuro. Ainda assim, existem pais por de trás das grades, preocupados e à espera do fim do dia, que agora é o fim-de-semana. Quando volto para casa. Pergunto me se também eles não vão à escola enquanto eu lá estou. Outra escola, quero dizer. Uma escola que os ensina a como ultrapassar a preocupação de deixar um filho crescer e encontrar o seu rumo sozinho num outro tipo de educação, que é a vida. Onde aprendem que os filhos têm asas e nunca abandonaram as suas aulas de como crescer, porque por mais que adorem artes ou educação física, o seu amor por cozinhar com o pai ou irritar a mãe propositadamente, é infinitamente maior.

    Concluindo, posso apenas escrever que por mais que a primeira imagem que me aparece na mente quando penso na palavra “escola” seja um edifício com grades verdes em frente, a seguinte são os meus pais a calçar-me uns patins. Já que no fim, o conceito de escola é onde se aprende, onde eu mais aprendi foi em casa. Casa sendo o significado de família. Foi em família que aprendi conceitos de amor, amizade, lealdade, companheirismo, partilha, onde aprendi também sobre dor e raiva e frustração, mas o lugar que me ensinou que ultrapassamos as adversidades juntos.

quinta-feira, 14 de março de 2024

A escola da vida

 

Ah, a escola! Onde os cheiros de giz misturado com a ansiedade antes dos testes formam uma atmosfera única, capaz de despertar memórias de infância em qualquer um. Quando penso na escola, não consigo evitar um misto de nostalgia e também reflexão sobre seu verdadeiro papel em nossas vidas.

Desde cedo, fui ensinado e de certa forma até pressionado a valorizar a educação formal, como a chave para o sucesso. E é verdade, a escola oferece um terreno fértil para o crescimento intelectual, social e emocional. Aprendemos matemática, ciências, história e uma miríade de outras disciplinas que nos preparam para enfrentar os desafios do mundo lá fora. Mas será que a escola é realmente o único caminho para o sucesso?

É aqui que a história se torna interessante. Ao olhar para algumas das maiores personalidades da atualidade, é surpreendente ver quantas delas não seguiram o caminho tradicional da escola. Pensei em Steve Jobs, o visionário por trás da Apple, ou em Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook. Ambos abandonaram a universidade para seguir seus sonhos e, bem, o resto é história.

Isso me faz questionar: será que o sucesso está realmente vinculado à quantidade de diplomas pendurados na parede? Ou será que existe algo mais profundo em jogo? Minha jornada pessoal me levou a explorar essa questão de perto.

Enquanto navego pelos corredores do politécnico, encontro colegas que brilham nos estudos, mas parecem perdidos quando se tratava de lidar com as complexidades da vida real. E, por outro lado, conheci indivíduos que nunca tiveram a chance de frequentar uma sala de aula, ou que por motivos pessoais tiveram de abandonar os estudos,  possuindo uma sabedoria e uma visão de mundo que deixaria meus colegas e amigos acadêmicos boquiabertos.

A verdade é que a escola é apenas um dos muitos caminhos que podemos escolher para alcançar nossos objetivos. Ela nos fornece ferramentas importantes, sim, mas o verdadeiro aprendizado acontece fora de suas paredes, nas interações com outras pessoas, nas experiências que moldam nossas perspectivas e nos desafios que nos obrigam a crescer.

Então, das próximas vezes que alguém me perguntar sobre a importância da escola, direi que sim, é importante. Mas também direi que não é o único fator determinante para o sucesso. Porque, no final das contas, somos muito mais do que os diplomas que possuímos. Somos feitos de experiências, de falhas e de conquistas. E é isso que verdadeiramente nos define como indivíduos.

Portanto, há que celebrar a diversidade de caminhos que cada um de nós escolhe trilhar nesta linda jornada chamada vida. Porque, afinal, não podemos julgar as pessoas pelo nível de formalidade de sua educação, mas sim pela riqueza de suas experiências e pela força de sua personalidade.


Adeus escola, vou de férias!

  Em mais uma terça-feira, eu acordo cedo, abro as janelas e dou bom dia, cheio de energia e com a vontade de ter um dia produtivo, cansei d...